O tempo voa, já está chegando o Natal, blá-blá-blá... Nem bem tinha passado o Dia das Crianças e os supermercados já vendiam panetone. As datas comemorativas são anunciadas com tanta antecedência e por tanto tempo, que quando chegam parecem durar pouco, se considerarmos quanto tempo esperamos por elas.
E ainda tem o efeito espuma: enchem tanto a bola de tudo, supervalorizam tanto as coisas na intenção de cada vez vender mais, que a gente acaba criando uma mega expectativa para coisas que deveriam ser mais simples, mais normais, mais light. Tenho tentado fazer o exercício de curtir as datas sem espumar tanto. Curtir a essência da coisa, a naturalidade, o gosto de preparar, não aquela gastura comercial feérica.
A gente se pega emendando um evento no outro, nem repara, e o ano, de repente, já acabou. Emendamos as férias de janeiro com o início das aulas em fevereiro, já tendo comprado material e uniforme em dezembro do ano anterior. Aí já estamos na Páscoa (eu tenho aí no meio o aniversário da minha filha), vem o Dia das Mães, Dia dos Namorados, a Festa Junina e as Olimpíadas da escola. E lá se vão incontáveis e emendadas semanas de prova no 1º semestre, fora o 2º que está por vir. Aniversários, eventos na escola, casa da vó em alguns fins de semana. Damos uma parada (será?) para as férias de julho e já chega o Dia dos Pais em agosto. Depois disso o comércio pira, porque dá uma esvaziada nas datas comerciais. Pode reparar que tudo que é supermercado faz aniversário em agosto e setembro, porque tem que ter um motivo para vender. Mas, quando menos se espera... tcha-nam! São Cosme e São Damião, Dia das Crianças e Natal, tudo começando mais ou menos em... setembro!!! Acho que me enganei. Setembro não tem nada de vazio... Bem, o Natal tem mesmo que começar em setembro ou outubro, claro, senão como é que teríamos tempo em dezembro para todas as confraternizações de fim de ano e para comprar o material e uniforme do ano que vem???
Ah, tem mais: se quiser viajar nas férias, ou mesmo apenas "tirar" férias, é bom programar com cerca de um ano de antecedência. Tem que marcar no calendário do trabalho (leia-se: entrar em acordo com o chefe e os pares) e tentar planejar um roteiro que esteja de acordo com a época do ano que você vai viajar. Tipo: se quer ir esquiar no Chile não adianta tirar férias em janeiro. Depois tem que ver se consegue passagens aéreas, hotel, etc. Boa sorte!
Apesar disso tudo o Dia das Professoras conseguiu se encaixar no meio desse calendário que acelera nossos dias. E para conter a fúria comercial e as despesas, vamos de presentinho self-made! Resolvem-se os dois problemas. Você até gasta um dinheirinho com ingredientes, enfeites, caixinhas, etc e tal, mas é bem menos, claro, que comprar tudo pronto. E dá uma desespumada na data, fica uma coisa mais normal, mais dia-a-dia. Mais tipo antiga, tipo fazer algo em casa para dar para a professora. Com a diferença que atualmente são umas 10 u 12 ao todo. Na minha época (êita véinha!) era uma só. No máximo tinha o de Educação Física, que era mais para um generalzão que mandava a gente correr na calçada da escola: do portão até o molhadinho, até a esquina e voltar. Assim, sem a menor cerimônia de mandar uns 40 pré-adolescentes pra rua. E todo mundo ia e voltava direitinho. O máximo que acontecia era alguém se esconder na entrada de algum portão, esperar a galera ir até o final e voltar. Aí corria-se menos. Só isso.
Isto posto, fui ontem à noite para a cozinha com muito gosto fazer cupcakes para as "Tias" - adoro! E hoje de manhã cedinho preparei a cobertura, que não fica lá essas coisas de um dia para o outro. Claro que eu já tinha me planejado (só com uma semana de antecedência, juro!) e comprado os ingredientes e embalagens. Deveria ter planejado com mais antecedência, porque eu queria fazer outro tipo de recheio e cobertura, mas não pesquisei a tempo, então fiz do jeito que estou acostumada: massa de chocolate, recheio de brigadeiro e cobertura tipo chantily. Ficou gostoso e muito bonitinho, eu achei. Entregamos metade hoje, a outra metade vai amanhã. As Tias que receberam gostaram muito. Ou então foram só bem educadas... Meu feeling diz que vão gostar mesmo é quando comerem!
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